Quem trabalha paga a conta do assistencialismo

  • 15/09/2025
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Quem trabalha paga a conta do assistencialismo

Antídio Aleixo Lunelli é deputado estadual pelo MDB. Fundador do grupo Lunelli, foi prefeito de Jaraguá do Sul.

O Brasil está diante de uma encruzilhada: continuar apostando em um modelo que gera dependência do Estado ou abrir caminho para uma sociedade baseada no trabalho, na produtividade e na liberdade individual. Hoje, quase 19,6 milhões de famílias recebem o Bolsa Família, o que representa mais de 57 milhões de pessoas. Somando todos os programas sociais, mais de 94 milhões de brasileiros, ou seja, 44% da população, dependem de algum tipo de auxílio governamental. É como se quase metade do país estivesse sob tutela permanente do Estado.

O custo dessa política é bilionário. Apenas o Bolsa Família deve consumir em 2025 cerca de R$ 158 bilhões do orçamento da União, valor que se aproxima do total destinado à saúde pública, que precisa atender 215 milhões de pessoas. O que deveria ser uma rede temporária de proteção transformou-se em instrumento de controle político. E quem financia essa conta não é o governo, mas sim o trabalhador formal e o empreendedor. Enquanto milhões recebem benefícios, 39 milhões de brasileiros estão na informalidade, sem carteira assinada, sem estabilidade e sem perspectivas de ascensão. Já quem decide se formalizar enfrenta um sistema perverso: o Brasil tem uma das maiores cargas tributárias sobre a folha de pagamento do mundo.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, os encargos sociais, impostos e verbas rescisórias elevam o custo do empregado para empresa em 100% do salário líquido que ele leva para casa. Ou seja, quem produz paga o dobro para empregar, e quem trabalha recebe apenas a metade. O resultado é desastroso: formalizar custa caro, contratar custa caro, e o emprego formal, que deveria ser a regra, acaba se tornando um privilégio. Esse círculo vicioso produz um paradoxo cruel. Quem trabalha é punido com impostos pesados, quem empreende encontra barreiras fiscais e burocráticas, – sobretudo, as pequenas e médias empresas -, e quem depende do Estado é estimulado a permanecer nessa dependência. Assim, o país gasta bilhões para administrar a pobreza em vez de vencê-la.

Não é à toa que o Brasil continua sendo um dos países mais desiguais do mundo, ocupando a 14ª posição no ranking do Banco Mundial. Os programas sociais aliviam a fome do dia, mas não criam condições para um futuro de prosperidade e liberdade. O contraste é evidente quando olhamos para experiências de outros países: a Coreia do Sul, que na década de 1960 tinha renda per capita semelhante à do Brasil, apostou em educação, inovação e formalização do trabalho, e hoje é uma potência global.

O cidadão brasileiro não quer viver de esmola, quer ter oportunidades reais para crescer, sustentar sua família com dignidade e conquistar independência financeira. Para isso, o país precisa investir em educação de qualidade, em formação técnica, em ambiente econômico saudável que estimule empresas a gerar empregos de verdade. Cada real retirado do bolso do trabalhador para sustentar a máquina da dependência é um real a menos para investir em crescimento, inovação e oportunidades.

É hora de resgatar o valor do trabalho e a independência das famílias. O futuro do Brasil não está na administração da pobreza, mas na valorização de quem produz. É preciso escolher entre um modelo em que quem trabalha paga a conta para sustentar a dependência ou uma nação em que a riqueza nasce do esforço, da criatividade e da liberdade de cada brasileiro.


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